Hoje você aprenderá o que fazer para alcançar um alto nível na qualidade da imagem radiográfica.
Somente bons profissionais conseguem uma colocação na área da Radiologia.
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Faça a leitura desse artigo e comece um estudo para o seu crescimento profissional.
Conhecimentos Necessários Para a Aplicação das Técnicas
Veja também o artigo “Como Avaliar a Qualidade da Radiografia do Tórax“.
Para o bom profissional da radiologia, a qualidade das imagens radiográficas é fundamental.
O Seu exame deve ser eficiente e de fato, consiga descobrir as doenças identificáveis por uma radiografia.
É, sem dúvida, um grande descuido, por parte de qualquer pessoa, utilizar os comandos de um aparelho de raio X.
O uso das técnicas radiológicas sem um conhecimento adequado, poderá trazer efeitos trágicos.
Além disso, a boa qualidade da imagem radiográfica será comprometida.
Toda essa introdução é importante para compreendermos que somente através do conhecimento das aplicações das técnicas radiológicas, conseguiremos a qualidade de imagem desejada.
Aplicação das Doses de Radiação
Muitas vezes é necessário, o aumento ou a diminuição de algumas doses de radiação, para melhorar o exame, e nos traga um diagnóstico correto, mesmo dentro das suas limitações.
Por isso, o médico quando solicita o exame de Raio-X, geralmente analisa se o bem é maior que o dano, se aquele mal (radiação) é necessário ou não.
Na maioria das vezes, em um pronto-socorro, esse “mal” é necessário, porque os pacientes que ali estão, trazem problemas diversos e se encontram na fase da descoberta da doença, ou fraturas no caso de traumas, e no seu tratamento rápido.
É justamente nesse momento, que o conhecimento profissional é fundamental, para aplicação correta das doses de radiação.
Uma imagem como essa demonstrada acima, hoje, não teria serventia para darmos algum tipo de diagnóstico porque não possui boa qualidade.
Mas na época em que foi produzida, se tornou símbolo de grande descoberta.
Mais tarde, iria ser uma das ferramentas mais utilizadas pela medicina no mundo todo.
Essa imagem, trata-se de uma radiografia da mão esquerda de Anna Bertha Roentgen, esposa de Wilhelm Conrad Roentgen, descobridor dos Raios-X.
Na época em que a imagem foi produzida (1895) ainda não havia meios para fazer ajustes na qualidade da imagem.
Hoje podemos contar com os padrões de ajustes das doses de radiação, pois, a dose de radiação deve ser controlada.
Podemos determinar a quantidade de radiação, a qualidade e o tempo de duração dessa radiação.
Fatores de Controle da Qualidade de Uma Imagem Radiográfica
Os botões na mesa de comando nos permite a mudança das cargas de radiação.
Nessa mesa de comando encontramos as variações de Miliamperagem (MA), Miliamperagem por segundo (MAS) e a quilo voltagem (KV).
É importante conhecermos cada um desses fatores para obtermos um alto nível na qualidade da imagem radiográfica:
Fator de Miliamperagem (MA)
No fator de Miliamperagem (MA), ou foco, como popularmente chamamos, determinamos a quantidade de detalhes que nós queremos ver na imagem.
Veja na imagem, como podemos ver todos os detalhes da radiografia. Num exame, que busca diagnosticar fraturas, o detalhe é muito importante, porque assim podemos ver até mesmo micro fraturas.
Se quisermos uma imagem rica em detalhes, devemos usar o foco fino, como chamamos, que é o baixo MA.
O foco fino pode ser de 50 até 150 MA, então o detalhe da imagem ficará mais evidente.
Em radiografias, que não necessitam de muitos detalhes podemos usar o foco grosso que geralmente pode variar de 200 até 600 MA.
Mas não seria importante também, que o maior detalhe esteja presente em outros exames que não estivessem buscando um diagnóstico de fratura, como, por exemplo, raio x de tórax ou abdômen?
O problema da utilização de um foco fino em regiões mais espessas, é a necessidade do aumento do MAS.
Com o MA alto o MAS será baixo e com o MA baixo o MAS será alto.
Quanto maior for o MAS, maior será a radiação.
Então, o MA baixo ou foco fino, aumentará a quantidade de detalhes.
Fator de Miliamperagem por Segundo (MAS)
O MAS, determina o tempo em que esse corpo está sendo penetrado pela radiação, modificando a sua densidade.
Na imagem número 1 podemos ver algumas partes moles e não somente osso.
Já na imagem número 2, essas partes moles estão quase ausentes, então podemos dizer que a imagem 1 é menos densa em relação a 2.
Quando aumentamos o MAS, aumentamos também o grau de enegrecimento da imagem, devido ao tempo de exposição ser maior. O tempo de exposição da imagem 1 é menor que o tempo da imagem 2.
Geralmente, o cálculo do MAS é feito automaticamente, pelo aparelho.
O MAS = MA x (S), onde MA é a miliamperagem e o S determina os segundos.
Fator de Quilovoltagem (KV)
O KV, determina a quantidade de penetração dos raios x no corpo que está sendo radiografado e a diferença de densidade entre as estruturas, proporcionando várias opções de contraste para a imagem radiográfica.
Podemos observar que a imagem número 1, possui pouco contraste, consequentemente, poucas variações de tons de cinza. Conseguimos ver bastante cinza, pouco preto e pouco branco.
Na imagem número 2 temos um contraste maior, onde as diferenças de tons de cinza aumentam, essa diferença podemos ver nos ossos do carpo da imagem número 1 para a imagem número 2.
Já na imagem número 3, a diferença entre os tons de cinza é muito maior e podemos ver com maior nitidez as cores, preta, cinza e branca.
Essa diferença de contraste se dá com o ajuste do KV, quanto maior o KV, maior será o contraste.
Na imagem número 1 temos pouco KV, na imagem número 2 temos uma quantidade intermediária de KV e na imagem número 3 temos um alto KV.
Na radiologia, dizemos também que a imagem 1 está pouco penetrada, a imagem 2 está com uma penetração média e a imagem 3 está bem penetrada.
Além dos ajustes de MA, MAS e KV, temos também outras técnicas importantes para que as imagens radiográficas tenham um padrão de alto nível.
Distorção
As duas imagens, nos mostram os tipos de distorções que uma imagem radiográfica pode apresentar.
A imagem 1 é uma radiografia que não nos permite fazer uma análise para detectarmos qualquer tipo de anormalidade porque apresenta uma distorção muito grande.
Provavelmente, no momento do disparo dos raios x, o paciente estava com a mão em movimento, por isso, a qualidade da imagem foi comprometida.
Em todos os exames radiográficos, é necessário orientarmos o paciente, para que ele não se movimente durante os disparos dos raios x, mas se isso for difícil para o paciente, podemos diminuir o tempo de exposição do exame.
Na imagem 2 podemos observar que as estruturas da mão apresentam um tamanho maior do que o normal, nesse caso até “cortando” parte da imagem.
Isso se dá quando não respeitamos a distância foco filme ou a distância objeto filme determinada nas normas técnicas de posicionamento.
O ideal é que o corpo ou objeto a ser radiografado fique o mais próximo possível do filme, ou do detector de imagem, e o foco (emissor de radiação) fique a 1 metro do filme ou detector de imagem.
É claro que, em alguns tipos de exames nós utilizamos desse aumento do tamanho da imagem, por exemplo, em uma radiografia de escafoide (osso do carpo).
Um dos posicionamentos para a investigação de fratura desse osso é a magnificação, que é o aumento da distância objeto filme para que a imagem fique maior e o médico possa observar.
Mas esse aumento objeto filme não pode passar de 20 centímetros, para que a imagem não fique distorcida, aqui precisamos apenas de um aumento discreto do tamanho da imagem.
Artefato
Na radiologia, chamamos de artefato, toda imagem incomum, (não é original daquela região ou que não faz parte do corpo) que aparece em uma radiografia.
É necessário observarmos se na região em que será feito o exame se existe material radiopaco, ou seja, algo que atrapalhe a passagem dos raios x e venham interferir na qualidade da imagem.
Se na região existir algum material radiopaco, devemos pedir ao paciente que o retire, se esse material estiver na roupa, devemos fornecer uma roupa apropriada para que o paciente faça a troca.
É impossível fazermos a retirada de alguns artefatos nos casos de cirurgias ortopédicas e marcapassos, porque tudo isso passa a fazer parte do corpo.
Também em casos de pacientes que sofreram acidentes, podemos encontrar artefatos, mas não devemos retirá-los, pois não podemos movimentar o paciente até que o médico autorize.
Ruído
O ruído é um efeito indesejado que aparece com alguma frequência em radiografias com imagens adquiridas através do método convencional, ou seja, utilizando filmes e écrans. É justamente aí que o ruído é provocado.
O ruído é a presença desse efeito granulado na imagem, parecendo que há pequenos pontinhos pretos e brancos, proporcionando falta de detalhes.
Isso acontece quando temos écrans com granulosidade muito grande ou filmes com haletos de prata mal distribuídos e também com grãos grossos.
Granulosidade menor e em maior quantidade proporcionará maior detalhe.
Posicionamento
Além de todas as técnicas que vimos acima, o posicionamento correto é de suma importância.
De nada adiantaria imagens bonitas com boa penetração e posicionamento errado, com certeza, o diagnóstico ficará comprometido e o profissional das técnicas radiológicas não estará cumprindo o seu papel, que é ser os olhos dos médicos.
É extremamente necessário o estudo das técnicas radiológicas, para que as imagens tenham a melhor qualidade possível.
Vou deixar abaixo, um material necessário, para quem quer melhorar a qualidade de sua imagem.
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